domingo, 4 de janeiro de 2009

À perspectiva

"Tristeza não tem fim, felicidade sim..."

Assim começo meu post de hoje, com uma frase um pouco pessimista, mas que, ao menos pra boa parcela das pessoas, parece estar correta. Não entrando em pormenores, em explicações devaneadas ou, até mesmo, revelações ditas importantes. Essa tal de felicidade, algo imensurável, posta no plano psicológico. Defino, de forma simplória, o que é felicidade pra mim.

A perspectiva de sermos felizes nos faz caminhar, não desistir. É como um objetivo a ser alcançado. Porém, ao sê-lo, torna-se, em grande parte do tempo, insuficiente para nos sentirmos felizes por mais tempo. É uma espécie de droga. Não, é uma droga natural, jogada em nossos corpos pelo cérebro: cerotonina. Contudo, qual a real sensação de felicidade? Me sinto até confuso hoje, pois não encontro sentido filosófico nessa busca desesperada, ao menos pra mim, pela felicidade. Sei que existem coisas tão simples que nos proporcionam tão magnífico sentimento. Até me vejo rodeado de muitas delas, como meus amigos, minha mãe, meu trabalho... Entretanto, não me sinto feliz. Creio que tenha uma necessidade demasiadamente grande de companheirismo, atenção... carinho. E isso me aborrece. Qual o motivo de me sentir tão sozinho a grande maioria do tempo? Pode ter sido culpa do meu passado, de minha infância, mas não consigo lembrar as razões pra tanto.

Por conta dessa dependência, dessa incapacidade de ser feliz, nem que seja ao menos por uma percentagem numericamente maior de tempo, sinto-me sem perspectiva. Até culpo terceiros por isso, mas não creio que esteja vendo o real problema. Talvez, por me sentir assim, procure algo para culpar. Todavia, até onde isso vai me levar? Tento melhorar, tendo êxito na maior parte das vezes, mas não consigo mudar esse aspecto. Esta espera, por sua vez, de que algo muito bom aconteça-me, que me faça feliz como nunca fui, não está me parecendo saudável. Estaria eu, então, deprimido há tanto tempo e a esse ponto? Não sei, sinceramente.

Crio esperanças, tento novamente, ergo-me como sempre. Mas, algo aferreçe-me, causando desânimo, estranheza, tristeza. E este ciclo repete-se há, pelo menos, dois anos, sem perspectiva de melhora. Falta-me, então, vontade, poderiam dizer. Não, tenho certeza disso. Simples é dizer que assim fico por vontade própria, pois não é. Falo isso de coração aberto. Quem, em sã consciência, gosta de se ver vazio, triste, deprimido, o tempo todo? Não, eu não tenho essa vontade masoquista.

Procuro solução pra isso, mas uma solução que venha de mim, para que eu não desenhe um futuro perfeito, lindo, maravilhoso, pois, sei, mais tarde, ao realizar-se, voltaria a acontecer o que citei no topo do texto: não será mais suficiente. Mas, novamente, crio esperança, para me erguer, novamente. Depois desanimo, como sempre. Fico triste, novamente...

Como sempre...

Apenas para ficar na memória

Página de apresentação de um jogo chamado Ikariam, referente ao nosso clã... Para efeito de memória, apenas...

sábado, 3 de janeiro de 2009

À decepção

Como, em um espaço de um mês e alguns poucos dias podemos conhecer alguém que, à priori, se mostra de um carinho extremo, um companheirismo agradabilíssimo, de atitudes apaixonantes, de palavras doces, tornar-se tão o oposto?

Eu que pensava que era inconstante, mas me surpreendi com atitudes que mudaram tão de repente. Dessa vez, as primeiras palavras não foram minhas, não saíram de mim, pois queria agir diferente, tentar de outra maneira. Porém, cheio de mágoa, vejo que palavras são palavras, nada mais. Coisas fáceis de serem ditas, contudo, de difícil uso, na tentativa de torná-las reais. Ledo engano, quando pensei que teria um começo de ano tranquilo, satisfatório. Do que vale gostar se não há recíproca? No que serve ser tão subserviente, tão amável se não temos a contrapartida?

Relacionamento é algo difícil. Pessoas são difíceis. Torno-me, assim, ilha. Cada dia que se passa, me pego surpreso com as atitudes desta espécie confusa, destruidora, desonesta e suja. Torno-me ilha, então, para evitar contato com essa humanidade incompreensível, em que palavras são jogadas ao vento, que as atitudes maculam terceiros, machucam quem não merece ser machucado.

Decepção é uma palavra forte, mas que não encontra eco em mim. Isso, nem de longe, sintetiza o que sinto neste momento. Impotência, desprezo, tristeza, sofrimento, hostilidade, raiva. NOJO. Acho que encontrei a certa... NOJO dessa humanidade carniceira, aproveitadora, essa esbórnia, MÁ. Mais uma vez, torno-me ilha, ainda que isso me cause desapego a coisas que gosto. Porém, melhor evitar sofrimento que aguentá-los.

Palavras são palavras, nunca mais acredito que sejam outra coisa. Preciso aprender a lidar com isso, mas essa minha carência eterna, imbecil, me fazem desenhar um futuro perfeito, com toda a esperança do mundo. Mas, TORNAR-ME-EI ILHA! Gostaria de não me arrepender, mas eu não suporto mais esperar tão pouco, algo como apenas carinho e ATENÇÃO, um pouco de cumplicidade... Mas, nem tão poucas expectativas são preenchidas. Coisas tão simples, tão pouco difíceis de se fazer, mas tão FÁCEIS de esquecer. Afinal, interesses pessoais vêm primeiro. Então, vamos indo ao desconhecido, à uma humanidade porca, sem perspectivas. E assim vou levando a vida, como ilha, isolado, triste e, por que não, decepcionado.

E assim começa mais um ano...